Título
Original: The World Atlas of Whisky
Autor: Dave
Broom
Editora: Larousse
Sinopse e comentário sobre a minha tradução:
O Atlas Mundial do Whisky, de Dave Broom, foi um
dos livros mais incríveis que já traduzi e representou um grande desafio
profissional, pois exigiu muita pesquisa. É bem mais abrangente do que o livro
que eu havia traduzido antes do mesmo tema, "Whisky Classificado"
(que se limita aos single malts, embora seja igualmente esplêndido). O
Atlas Mundial do Whisky é uma espécie de enciclopédia que fala a respeito do
whisky em todas as partes do mundo, especialmente na Escócia, como não poderia
deixar de ser. Não engloba apenas single malts, mas whisky de grãos, bourbon,
whisky japonês, blends, etc. E as ilustrações são belíssimas. O leitor fica até
com vontade de fazer um tour pela maravilhosa Escócia e por outras partes do
mundo para conhecer as destilarias, quer seja apreciador de whisky ou
não.
O
especialista Dave Broom relata tudo sobre o whisky em termos mundiais,
descrevendo todas as destilarias da bebida, contando fatos históricos,
curiosidades, explicando sobre meios de acesso, oferecendo dicas, dados
geográficos e técnicos em si a respeito do processo de destilação. Além
dos single malts, são comentados aqui o whisky de grãos, além dos blends
consagrados como Chivas Regal, Johnnie Walker, Dewar’s , Grant’s... O autor
incluiu um mapa de sabor personalizado para cada destilaria, avaliando
detalhada e claramente amostras de whiskies de cada respectiva destilaria,
incluindo não apenas expressões consagradas, já engarrafadas, mas também
amostras de tonel e amostras do destilado recém-fabricado (ou seja, o espírito
novo).
São extremamente interessantes as categorias dos sabores, que
englobam desde as notas mais comuns e conhecidas, como “frutado”, “turfoso”,
etc., passando por descrições abrangentes e algumas inusitadas _ como “presunto
defumado”, “couro”, “carne” _ até avaliações subjetivas e românticas como
“bosque na primavera” “pôr do sol no mar”, provenientes de lembranças que
determinado whisky evoca, de impressões ou associações. Em O
Atlas Mundial do Whisky também encontramos mapas
abrangentes de todas as regiões produtoras de whiskies e dos melhores blends,
onde se identificam as destilarias e os locais mais importantes ao redor.
A
começar pelo merecido destaque à “mãe” Escócia, com seus cobiçados Macduff,
Dalmore, Glenlossie, Glenmorangie, Ardmore, Glenlivet, Macallan, Jura,
Benrinnes, Cardhu, entre tantas outras “joias raras”, prosseguimos nossa
“viagem”, descobrindo que o whisky também é produzido, por exemplo, no Japão.
Revela-se a maneira como a bebida chegou até lá, através do pioneiro e lendário
Masataka Taketsuro, apaixonado pelo whisky escocês. Comprova-se que o whisky
não é uma cópia do escocês, como muitos podem pensar, mas que conquistou o seu
próprio estilo. Seguindo com o nosso “tour” pelo livro, vemos como é toda a
produção nos Estados Unidos (com seus consagrados bourbons e whiskies de
centeio), Canadá, Irlanda e demais partes do mundo. Descubra como o whisky foi
conquistando espaço também na Inglaterra, País de Gales, França, Holanda,
Bélgica, Escandinávia, Espanha, África do Sul, Índia e Extremo Oriente,
Austrália, etc.
Além
das informações completas sobre a história dessa bebida e das destilarias,
sobre o processo de fabricação do whisky, há magníficas fotos ilustrando o
Atlas inteiro, dando ao leitor a oportunidade de se transportar, ao menos na
imaginação, até lugares deslumbrantes, onde a fabricação do whisky não só é uma
atividade industrial e comercial, incluindo alta tecnologia e inovação, mas
também um trabalho artesanal, que ainda remonta aos tempos antigos da
destilação e envolve paixão, dedicação e criatividade.
Abra o Atlas, por exemplo,
na página 82 e apaixone-se pela bucólica Glen Grant; ou na página 170 e depare
com a Bowmore à beira de um misterioso mar bravio; ou na página 222 e
surpreenda-se com a fascinante Miyagikyo; ou ainda na página 255 e faça uma
deliciosa viagem de volta no tempo através da história do whisky do
Tennessee...
O
renomado e premiado especialista Dave Broom criou uma obra indispensável tanto
para apreciadores novos quanto experts em whisky. O Atlas Mundial do Whisky contém todas as
informações pertinentes sobre esse fascinante espírito e opiniões francas
baseadas em inúmeras degustações e pesquisas. É um guia fácil de ser
consultado, de leitura bastante agradável, que orienta e ensina, além de ser um
belo complemento para qualquer tamanho de coleção que se possua de whiskies e
de livros sobre o tema.
P. S.: Em relação à
tradução em si, tive de pesquisar bastante a respeito dos equipamentos
utilizados no processo inteiro de fabricação de whisky, como os vários tipos de
alambiques, por exemplo, e, em muitos casos foi difícil encontrar o equivalente
para certos termos no português. O próprio processo de fabricação engloba
várias etapas que traduzi passo a passo como no original. Há a parte histórica
e geográfica do livro que exigiu a pesquisa para a comparação do que existe
paralelamente ou não. Às vezes, há locais e personagens históricos num livro a
ser traduzido que já têm um equivalente na língua de destino. Outro detalhe
fundamental foi a pesquisa referente às categorias de sabores porque as notas
de cada amostra apresentada da bebida são descritas minuciosamente. Enfim, foi
um trabalho de tradução longo, árduo, mas extremamente gratificante. E como
acontece com todos os livros que traduzo, pois me aprofundo a um ponto de me
envolver totalmente com a obra a fim de poder traduzi-la bem, me apaixonei por
este também.
Dave Broom
Tradução de: Tina Jeronymo