Nada substitui o
tradutor e o intérprete de carne e osso. O tradutor profissional não usa
máquinas de tradução para realizar seu trabalho por ele. Pode, porém, usar
aparelhos disponíveis de tradução para entender um pouco os idiomas que não
sabe e aumentar seu conhecimento geral sobre outros povos e culturas também,
nos casos em que não tenha como contar com colegas tradutores estrangeiros. Sou
da corrente que acredita que a tecnologia está aí para ajudar o homem; jamais
substituí-lo. É sempre a inteligência do homem que está por detrás das
máquinas.
A tecnologia do
“Phraselator” aqui citado, da gloriosa “Jornada nas Estrelas”, já está sendo
utilizada, especialmente na área militar. Quem é inteligente o bastante para
usá-la quando é estritamente necessário, contudo, também o é para saber que está
carregando uma espécie de dicionário de frases eletrônico a tiracolo, não um
versátil tradutor e intérprete humano.
Um tradutor usa
um dicionário bilíngue (ou até consulta sites de tradução confiáveis) como mera
ferramenta, do mesmo modo que um escritor também usa o dicionário de sua língua
materna para esclarecer dúvidas. Mas há uma grande diferença entre a tradução
humana e a automatizada e os respectivos usos.
Só a tradução humana transmite o sentido
apurado de um texto de uma maneira totalmente compreensível ao leitor. A
tradução automatizada, por sua vez, tem uma abrangência de idiomas fantástica e
é um recurso útil e válido para qualquer tipo de profissional em várias
situações. Na impossibilidade de haver um intérprete presente, a tradução
automatizada facilita a comunicação entre inúmeros povos em viagens ao redor do
mundo e o intercâmbio cultural. (Eu, por exemplo, aqui no blog, como digo no
texto de apresentação, adicionei o
tradutor do Google, pois, embora eu jamais o use profissionalmente como
tradutora, uma vez que as traduções são literais demais e muitas vezes não se
"encaixam", acho o recurso muito útil para que um leitor de qualquer
idioma compreenda ao menos o conteúdo de um texto estrangeiro.)
Em suma, seria algo mais ou menos como:
“Apenas quando for o caso de não ser possível o acesso a um “Personal Human
Translator” por algum motivo, leve o seu “Phraselator”.
A tradução não é
um ato mecânico. Não é a transcrição de palavra por palavra de um texto literalmente.
É um trabalho artesanal, uma arte mesmo. Se pegarmos uma determinada palavra,
como “water” do inglês, para exemplificar, teremos a tradução “água”. Basta
acrescentarmos outra palavra como em “water clock”, “water closet”, “water
mill”, “waterfall”, “waterfront” e o sentido vai ganhando variações. Nas frases
e, principalmente, nos textos, o sentido que se quis dar às palavras e ao
contexto geral se torna mais complexo. Ou seja, a tradução não pode ser de
palavra por palavra, ao “pé da letra”, como se diz. Ela é um conjunto, uma
composição elaborada a partir do conhecimento dos idiomas de origem e de
destino e de vários aspectos culturais, entre outros fatores.
Como um artesão que cria uma peça com todo
esmero, o tradutor compõe uma tradução realizando a façanha de ser fiel ao
autor e, ao mesmo tempo, ser fiel ao leitor. tj*¬
Minha singela homenagem à grandiosa “Jornada nas Estrelas”
que
chegou até mim no Brasil, quando era criança (e a inúmeras pessoas),
graças
ao talento e à dedicação de vários profissionais,
incluindo os tradutores.
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