quinta-feira, 10 de abril de 2014

Tradução Humana e Automatizada

     Nada substitui o tradutor e o intérprete de carne e osso. O tradutor profissional não usa máquinas de tradução para realizar seu trabalho por ele. Pode, porém, usar aparelhos disponíveis de tradução para entender um pouco os idiomas que não sabe e aumentar seu conhecimento geral sobre outros povos e culturas também, nos casos em que não tenha como contar com colegas tradutores estrangeiros. Sou da corrente que acredita que a tecnologia está aí para ajudar o homem; jamais substituí-lo. É sempre a inteligência do homem que está por detrás das máquinas.
     A tecnologia do “Phraselator” aqui citado, da gloriosa “Jornada nas Estrelas”, já está sendo utilizada, especialmente na área militar. Quem é inteligente o bastante para usá-la quando é estritamente necessário, contudo, também o é para saber que está carregando uma espécie de dicionário de frases eletrônico a tiracolo, não um versátil tradutor e intérprete humano.
     Um tradutor usa um dicionário bilíngue (ou até consulta sites de tradução confiáveis) como mera ferramenta, do mesmo modo que um escritor também usa o dicionário de sua língua materna para esclarecer dúvidas. Mas há uma grande diferença entre a tradução humana e a automatizada e os respectivos usos.
     Só a tradução humana transmite o sentido apurado de um texto de uma maneira totalmente compreensível ao leitor. A tradução automatizada, por sua vez, tem uma abrangência de idiomas fantástica e é um recurso útil e válido para qualquer tipo de profissional em várias situações. Na impossibilidade de haver um intérprete presente, a tradução automatizada facilita a comunicação entre inúmeros povos em viagens ao redor do mundo e o intercâmbio cultural. (Eu, por exemplo, aqui no blog, como digo no texto de apresentação, adicionei o tradutor do Google, pois, embora eu jamais o use profissionalmente como tradutora, uma vez que as traduções são literais demais e muitas vezes não se "encaixam", acho o recurso muito útil para que um leitor de qualquer idioma compreenda ao menos o conteúdo de um texto estrangeiro.)
     Em suma, seria algo mais ou menos como: “Apenas quando for o caso de não ser possível o acesso a um “Personal Human Translator” por algum motivo, leve o seu “Phraselator”.  
     A tradução não é um ato mecânico. Não é a transcrição de palavra por palavra de um texto literalmente. É um trabalho artesanal, uma arte mesmo. Se pegarmos uma determinada palavra, como “water” do inglês, para exemplificar, teremos a tradução “água”. Basta acrescentarmos outra palavra como em “water clock”, “water closet”, “water mill”, “waterfall”, “waterfront” e o sentido vai ganhando variações. Nas frases e, principalmente, nos textos, o sentido que se quis dar às palavras e ao contexto geral se torna mais complexo. Ou seja, a tradução não pode ser de palavra por palavra, ao “pé da letra”, como se diz. Ela é um conjunto, uma composição elaborada a partir do conhecimento dos idiomas de origem e de destino e de vários aspectos culturais, entre outros fatores.

      Como um artesão que cria uma peça com todo esmero, o tradutor compõe uma tradução realizando a façanha de ser fiel ao autor e, ao mesmo tempo, ser fiel ao leitor. tj*¬


Minha singela homenagem à grandiosa “Jornada nas Estrelas” que
chegou até mim no Brasil, quando era criança (e a inúmeras pessoas),
graças ao talento e à dedicação de vários profissionais,
incluindo os tradutores.

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